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O que é design thinking? Conceito e Metodologia

o que é design thinking

O que é Design thinking? Explicando de maneira breve, o Design Thinking é uma metodologia de desenvolvimento de produtos e serviços focados nas necessidades, desejos e limitações dos usuários.

A metodologia leva “design” no nome porque utiliza muitos conceitos próprios dos profissionais de Design: empatia, estudo do cenário, geração de alternativas, prototipagem, etc.

Essas atividades ajudam muito no processo criativo dos designers e também podem ser muito úteis para desenvolver soluções inovadoras, não importa qual seja a sua área de atuação.

Nesse post você vai aprender:

  • O que é Design Thinking? Conceitos e definições.
  • Porque você deve aprender o Design Thinking!
  • Como o Design Thinking funciona, passo a passo.
  • Qual a origem do Design Thinking?

Você pode se interessar em ler:

“O design se tornou importante demais para ser deixado na mão dos designers”, essa frase emblemática foi dita pelo Tim Brown, um dos designers mais famosos do mundo e responsável por popularizar o termo “Design Thinking”.

O que essa frase quer dizer?

A intenção não é desmerecer os designers, eles são muito importantes para o processo de inovação. São tão importantes que a sua forma de pensar deve ser compartilhada com profissionais de todas as áreas.

Dito isso, se você está lendo esse texto e não é um “designer de ofício” fique tranquilo! Você também pode e deve aprender a utilizar o Design Thinking.

Mapa da empatia infográfico

A Metodologia do Design Thinking passo a passo

Agora vamos explicar passo a passo como a metologia do Design Thinking funciona. O processo é dividido em etapas que podem ser agrupadas em seis categorias:

  • Empatia
  • Definir
  • Idear
  • Prototipar
  • Testar
  • Implementar

 

o que é design thinking

 

A principal função do Design Thinking é entender o que seu cliente precisa e desenvolver soluções eficientes. Por esse motivo o processo começa com empatia.

Depois de compreender o contexto do usuário é hora de definir em qual ponto foco do projeto.

Com o problema escolhido devemos gerar ideias de solução, para em seguida construir os protótipos e testa-los com os usuários.

Depois de testar com os usuários, receber os comentários e realizar as melhorias no nosso protótipo chega a hora de implementar o projeto no mercado.

Bem legal né? Apresentações feitas, agora vamos entender passo a passo como aplicar o Design Thinking em projetos reais!

Design Thinking: começando seu primeiro projeto passo a passo

Uma das características interessantes das metodologias de design é que algumas delas não são lineares. Ou seja, você pode voltar e refazer uma atividade anterior quando encontrar algum obstáculo ou informações importantes forem adquiridas.

O lean startup utiliza muito esse recurso.

O grande objetivo do Design Thinking é converter dificuldades e limitações em benefícios para o cliente e valor de negócio para a sua empresa.

O que você precisa para começar?

Antes de mais nada, você precisa de uma equipe! Isso é primordial!

Reúna um time com habilidades complementares. Um dos grandes ensinamentos do Design thinking é trabalhar com equipes multidisciplinares. Pessoas com conhecimentos diferentes tendem a criar projetos mais completos.

Nós falamos disso no post “como ter ideias inovadoras“.

Convide pessoas de áreas diferentes para participar do processo.

Com a equipe montada escolha o público com quem você quer trabalhar.

Qual problema você pretende resolver? As vezes você não sabe exatamente onde está o problema, nesses casos você pode investigar uma situação.

Por exemplo definir o tema como “transporte urbano” pode ser muito abrangente, se nós falarmos em ônibus metropolitanos se torna mais fácil encontrar inovações dentro desse contexto.

Quanto mais bem definido e específico o seu nicho de trabalho for, melhor será para a realização da sua pesquisa em profundidade e impacto da sua solução final.

Etapa 1: Empatia

Com o segmento escolhido precisamos entender qual são os elementos do cenário. Quem são as pessoas envolvidas?

Voltando ao exemplo do ônibus metropolitano, quem são os envolvidos?

O motorista, o cobrador e os passageiros. Quais são as atividades que eles desempenham? Como é o seu dia a dia deles? Quais são os problemas que eles enfrentam? Como eles lidam com esses problemas?

Nesse momento você deve se por no lugar das pessoas e anotar tudo que puder. Liste os problemas mais incomodos, na próxima fase nós vamos utilizar um deles como base para o nosso projeto.

Coisas importantes que você deve ter em mente nessa etapa:

  • Compreender os atores e o contexto em que eles estão inseridos.
  • Por que eles agem dessa forma? Quais são as suas motivações?
  • Quais são as necessidades? Quais as limitações (físicas, econômicas e emocionais).

Como fazer isso?

  1. Mapeio o cenário total, quem são os envolvidos?
  2. Se tiver a oportunidade de ir a campo observe sem intervir.
  3. Se engaje, realize as atividades como ele realiza para realmente “se por no lugar”.
  4. Assista, veja como é o dia a dia deles, pergunte e ouça o que eles dizem sem interromper.
  5. Anote tudo, grave (se possível), desenhe colete todas as informações.

Você pode seguir o nosso modelo de pesquisa de mercado.

Etapa 2: Definir

Depois de observar e coletar dados na etapa anterior, na etapa 2 nós vamos definir qual problema será o foco do nosso projeto.

Escolher e definir com qual problema nós vamos trabalhar é primordial para manter o foco e não gerar soluções sem um objetivo claro.

Na primeira etapa você e sua equipe provavelmente mapeou várias oportunidades de inovar, para selecionar as ideias mais interessantes você pode seguir os seguintes passos:

  • Levar em consideração o ponto de vista do cliente. Quais “dores” são mais latentes?
  • Dentre essas dores, qual será o foco das soluções geradas? Escolha um problema para trabalharmos. Lembrando que estamos falando do “problema”, não a solução.
  • Se estiver difícil de decidir faça uma votação entre a sua equipe, de 3 votos para cada membro e selecione o problema mais votado.
  • No fim dessa etapa você deve ter três coisas definidas: qual a necessidade/problema a ser abordada? Quem é o público alvo? Qual a visão do projeto (objetivo)?.

Etapa 3: Idear

Essa é a etapa mais famosa do Design Thinking, a hora de gerar as ideias de solução!

Nesse momento aparecem os canvas cheios de post-its, Brainstormings e afins…

O grande objetivo aqui é pensar no maior número de soluções possíveis para o nosso problema escolhido na etapa anterior. Volume é muito importante nesse momento!

Para as pessoas que não estão habituadas a trabalhar com criatividade, alguns desses processos podem parecer estranhos, não se preocupe. É assim mesmo, confie no processo e siga as seguintes dicas:

  • Não “corte” as ideias alheias. Esse não é o momento de julgar a viabilidade das ideias.
  • Incentive ideias malucas, delas podem surgir insights valiosos.
  • Busque o volume, tenha muitas ideias, mesmo que as primeiras sejam muito boas.
  • Construa sob as ideias dos seus colegas, misture, complemente as ideias alheias.
  • Preste muita atenção nas ideias dos seus colegas, eles podem ter visto algo que você não enxergou.

Colocando a mão na massa, em idear, você deve seguir os seguintes passos:

  • Reúna sua equipe e anote as ideias em uma folha que todos possam ver.
  • Faça muitas perguntas: Como nós poderíamos resolver o problema x?
  • Faça um Brainstorming, crie mapas mentais, esboce soluções.
  • Selecione as ideias mais interessantes. Faça uma votação entre a sua equipe (isso, novamente).
  • Escolha dois ou três ideias para prototipar. Depende do tamanho da sua equipe você pode dividi-la em duas ou três partes.

Etapa 4: Prototipar

Hora de construir os protótipos! Antes de mais nada é importante entende o objetivo de um protótipo.

Tudo que for construído nessa etapa serve unica e exclusivamente para teste! Um protótipo é uma ferramenta de aprendizado. De maneira alguma se apegue a ele, lembre-se que ele possivelmente será descartado ao fim desse processo.

Um bom protótipo é aquele que você investe o mínimo de tempo, esforço e recursos financeiros para gerar aprendizado.

Em resumo: crie soluções de baixa fidelidade para testar hipóteses!

Podemos dividir essa etapa em duas fases: planejamento e construção.

Em planejamento comece respondendo a pergunta: o que queremos aprender com esse protótipo?

Escreva isso em um local visível para toda a equipe.

Desenhe o mapa do protótipo. Liste os envolvidos, as funcionalidades do protótipo e como as pessoas e o processo se relacionam.

Depois disso analise as ferramentas que você e sua equipe tem disponíveis, o tempo (não gaste mais do que um dia) e as expertises dos integrantes.

Praticamente tudo pode ser prototipado! Se está parecendo muito difícil, você provavelmente está querendo colocar mais detalhes do que o necessário no protótipo. Foque no que você quer aprender!

Definido o esqueleto do protótipo é hora de construir. Lembre-se o protótipo precisa ser testável de alguma forma, seja o interesse ou o uso direto.

Construa para gerar reações!

Mãos à massa! E não se esqueça, construa em 24 horas e passe para a fase de testes.

Etapa 5: Testar

Testar é a etapa-chave de todo o processo.

Já temos um protótipo, agora é hora de testar nossa proposta com clientes reais.

O objetivo principal é ouvir e aprender com os usuários, eles tevem testar seu produto e serviço e fazer as suas considerações.

O seu principal papel é observar e anotar o máximo possível.

Apresente os protótipos aos clientes e receber feedbacks. Pergunte sempre o “por que?” das decisões que os clientes tomarem (isso é uma ótima fonte de aprendizado).

Faça com que os testes cheguem o mais próximo possível de uma situação real. Simule o ambiente se for necessário.

Ouça e analise os feedbacks. Utilize essas informações para melhorar os protótipos. Após cada teste se for necessário volte a prototipagem e melhore o modelo.

Itinere! Teste até ter confiança que o seu produto realmente é desejado pelo cliente.

Etapa 6: Implementar

É nessa etapa que muitos projetos de Design Thinking falham.

Os processo de descoberta, prototipagem e teste são muito interessantes, mas não valem de nada se o projeto não for executado de verdade. Depois de testar e melhorar o seu protótipo quando sua ideia estiver validada é hora de você e a sua equipe implementarem o projeto.

Desse ponto você deve selecionar os membros da sua equipe que tem mais conhecimento do mercado e são melhores em planejamento e execução para por o projeto no mercado.

Catalogue os aprendizados e compartilhe com toda a organização. O que você aprendeu muitas vezes será o capital mais importante de todo o processo

Design Thinking e a minha equipe

Você deve estar se perguntando “Nossa, mas eu preciso de um time de especialistas para tocar um projeto assim?”, temos uma boa notícia, você já tem esse time e é a sua equipe atual. Eles só precisam ser treinados para isso.

Como treinar seus colaboradores? Inscreva um grupo (menos de 10 colaboradores) em um bom Workshop de Design Thinking, faça eles serem os “multiplicadores” da metodologia dentro da sua empresa.

O Design Thinking é uma metodologia que funciona muito melhor em grupo. Você precisa de pessoas com visões diferentes para enriquecer o debate.

Thomas Edison (sim, o que criou a lâmpada) não era um inventor solitário. Ele criou um laboratório de pesquisa e desenvolvimento de soluções. Sua equipe era generalista, ou seja, ele tinha profissionais com vários perfis que sempre tinham alguma coisa legal a adicionar as ideias.

Projetos geniais são fruto de uma equipe bem treinada, bem gerenciada e unida.

O que é Design Thinking? Conceito e definições acadêmicas

O Design Thinking é uma disciplina que usa a mentalidade do designer e os métodos para desenvolver soluções que correspondam às necessidades das pessoas. As soluções devem ser tecnologicamente factíveis e viáveis financeiramente e desejáveis pelos clientes. Convertendo o valor gerado para o cliente em oportunidade de negócio (BROWN, 2008).

O que é Design Thinking e por que usar na minha empresa?

Esse é o básico de o que é Design Thinking. Agora, por que você deveria utilizar conceitos de Design Thinking na sua empresa?

Bom, uma boa ideia (seja de produto ou serviço) não será bem entregue se não houver “um sistema” dando suporte ao usuário.

Eu posso dar vários exemplo de ótimas soluções que não funcionam como deveriam.

Por exemplo, não importa quão boa seja a produção de carros elétricos mais eficientes, se o preço de venda dos carros for muito alto ou os consumidores não encontrarem locais para abastecer (recarregar).

Essa é a realidade desse mercado no Brasil.

Uma boa ideia (ou negócio) deve tratar de uma necessidade real que um cliente tem e pensa na experiência de uso desse cliente.

Como é o cenário em que o seu projeto entrega valor?

Se você só está preocupado no que você vende e não em como o seu produto é usado, saiba que existem muitas oportunidades para você (e para seus concorrentes também).

O Design Thinking é a ferramenta ideal para entender o cenário em que o seu cliente está inserido.

Você verá no próximo tópico como a metodologia é simples, mas extremamente inteligente e eficiente em entender os clientes e projetar melhores soluções em pouco tempo.

Além do mais, o mercado (não importa a sua área) anda cada vez mais competitivo. Inovar é questão de sobrevivência para que a sua empresa não seja engolida por um concorrente mais ágil ou mesmo por um grupo de jovens em uma sala (AirBNB x rede hoteleira, Uber x Taxis, Yahoo x Google, entre outros milhares de exemplos).

Líderes inteligentes veem a inovação (e o Design Thinking) como fonte principal de diferenciação de mercado e vantagem competitiva.

Empresas como a 3M, Bradesco, Itau, WEG , investem pesado em inovação justamente buscando não ficar para trás em relação aos seus concorrentes.

Mas de onde surgiu o Design Thinking?

A primeira aparição acadêmica do Design Thinking surgiu na Universidade de Toronto com o professor de negócios Roger L Martin, nessa época o Design Thinking era chamado de Pensamento integrador.

Os grandes responsáveis por popularizar o que é Design Thinking foi a IDEO, Tim Brown e os irmãos Kelley.

A IDEO é uma das empresas mais famosas do mundo no campo do Design e da Inovação. Fundada em 1978 a IDEO realizou vários projetos consagrados no campo do Design, como o icônico mouse da Apple, o design do Palmtop, a garrafa pet da Pepsi entre muitos outros produtos.

A IDEO foi responsável por aprimorar a metodologia do Design Thinking. As principais referências bibliográficas sobre o que é Design Thinking são A Arte da Inovação escrito por Tom Kelley, um dos fundadores da IDEO e o livro Design Thinking, de outro sócio da IDEO, Tim Brown.

Outro grande responsável por popularizar o que é Design Thinking é o próprio Tim Brown!

Tim Brown é o CEO da IDEO, ele é responsável por inúmeros publicações sobre Design Thinking (que você pode ler na sua Bio no site da IDEO). Mas um conteúdo obrigatório para qualquer um que queria trabalhar com Design Thinking é o seu TED Talk: Tim Brown conclama os designers a pensar grande.

Pare o que você estiver fazendo e assista agora:

Nomes da história: o Design Thinking antes do Design Thinking

Você pode encontrar na história vários inventores, pesquisadores e projetistas que utilizavam conceitos de Design Thinking bem antes do conceito ser cunhado.

Voltando a Thomas Edison, além da lâmpada (já voltaremos a falar dela) ele também inventou a Bateria Elétrica dos carros, a Câmera de Cinema, a Embalagem a vácuo, entre outras coisas.

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Qual conceito de Design Thinking ele utilizou para desenvolver essas coisas? A preocupação com o “contexto” isso faz os projetos serem grandes e realmente ajudarem as pessoas. Ele não criou só a Lâmpada, Thomas Edison criou todo o sistema de distribuição de energia.

Ou seja, do que vale uma lâmpada se as pessoas não tem energia nas suas casas?

Esse é um aprendizado que você deve levar para a vida. Se a sua ideia é genial, mas você não consegue entregar ou o cliente não consegue usar, são grandes as chances de ela não gerar impacto na vida das pessoas.

Cenário econômico para o Design Thinking

Na decada de 50/60 com o surgimento das primeiras escolas (e até antes) o Design era visto como mero cosmético. A função do designer em todo o processo era deixar o produto esteticamente mais atraente…

Mas justamente nessa época duas coisas importantes aconteceram.

  1. O processo produtivo se tornou mais fácil, com isso mais concorrentes entraram no mercado, em todos os setores. Para sobreviver nesse ambiente não bastava só produzir, você precisa de um diferencial competitivo frente aos seus clientes.
  2. A lógica de consumo mudou, começaram a surgir mais empresas oferecendo serviços do que empresas oferecendo produtos. O Consumidor também começou a procurar mais por serviços.

Com isso os cliente começaram a ter mais voz e opções de escolha. Nessa virada de mesa muitas empresas quebraram por não conseguir acompanhar as novas dinâmicas de mercado. Existem muitos exemplos de empresas gigantes que simplesmente desapareceram por não observar os seus clientes e entender as mudanças no consumo.

Nesse cenário o design thinking se tornou imprescindível, agora mais do que nunca é necessário entender o comportamento do seu cliente e desenvolver soluções cada vez mais customizadas.

Nesse momento as empresas mais inovadoras começaram a utilizar o pensado de design do Tático para o Estratégico nas ações empresariais e no desenvolvimento de novas soluções.

Conclusão: o que é design thinking?

Esperamos que com esse post você tenha aprendido o que é Design Thinking, por que ele é importante e como utilizar a “mentalidade do designer” no dia a dia da sua organização.

Está procurando por um curso com o tema? Clique aqui “Curso Design Thinking“.

Escrevi também uma lista de livros! Confira aqui: livros sobre design thinking.

Além disso esperamos que você tenha aprendido o mais importante: inovar pode ser muito mais simples e óbvio do que parece.

É isso, até o próximo post!

2 comentários em “O que é design thinking? Conceito e Metodologia”

  1. Ótimo! Gostei da metodologia. Há um exemplo prático de implantação de metodologia na área de serviços de uma organização? Gostaria de fazer um exercício neste momento de pandemia, em que as pessoas pouco se conversam, e quando isso ocorre, normalmente estão em Home Office.

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